O que é?
A Diabetes Insipidus (DI) é uma doença caracterizada pela sede pronunciada e pela excreção de grandes quantidades de urina muito diluída. Esta diluição não diminui quando a ingestão de líquidos é reduzida. Isto denota a incapacidade renal de concentrar a urina. A DI é ocasionada pela deficiência do hormônio antidiurético (vasopressina) ou pela insensibilidade dos rins a este hormônio.
O hormônio antidiurético é produzido normalmente no hipotálamo do cérebro e libertado pelo neuro-hipófise. Ele controla o modo como os rins removem, filtram e reabsorvem fluidos dentro da corrente sanguínea. Quando ocorre a falta desse hormônio (ou quando os rins não
podem responder ao hormônio) os fluidos passam pelos rins e se perdem por meio da micção. Assim, uma pessoa com diabetes insípido precisa ingerir grande quantidade de água em resposta à sede extrema para compensar a perda de água.
A diurese excessiva e a sede intensa são típicos da DI. Os sintomas do diabetes Insipidus são similares aos da diabetes mellitus, com a distinção de que não ocorre a glicosúria (urina doce) e não há hiperglicemia (glicose do sangue elevada). Problemas de visão são raros.
O excesso de diurese continua dia e noite. Em crianças, a DI pode interferir no apetite, no ganho de peso e no crescimento. Ela pode levar à febre, vómitos ou diarreia. Adultos com uma DI sem tratamento permanecem saudáveis por décadas desde que a ingestão de água seja suficiente para compensar as perdas urinárias. Entretanto, há um risco contínuo de desidratação.
Diagnóstico Para identificação da causa da poliúria, a glicemia (glicose do sangue) e o cálcio sérico devem ser testados.
Os eletrólitos podem se mostrar alterados; hipernatremia (excesso de sódio) são comuns nos casos graves. O exame Parcial de Urina mostra baixos níveis de eletrólito, e a osmolaridade e densidades urinárias são baixas.
Um "teste de privação de água" ajuda a determinar se a DI é causada por: Excesso de ingestão de líquidos; um defeito na produção do Hormônio Antidiurético; ou um defeito na resposta renal ao hormônio. Este teste mede modificações no peso corporal, volume urinário e composição urinária. Dosagens de Hormônio Antidiurético (ADH) no sangue podem ser necessárias para o diagnóstico final.
Para distinguir entre as várias formas, a estimulação com desmopressina (um análogo mais potente da vasopressina), pode também ser utilizada, injetável, via spray nasal ou via oral. Caso ocorra redução do volume urinário e aumento da densidade urinária a produção do ADH pela glândula pituitária é deficiente e a resposta renal é normal. Caso haja falta de resposta renal a desmopressina não fará efeito.
Se a DI central é suspeitada, testa-se outro hormônios produzidos pela pituitária e realiza-se uma ressonância nuclear magnética (MRI) para descobrir se alguma outra doença está afetandoa pituitária, como um prolactinoma.
Fisiopatologia A homeostase requer que a pressão arterial e os níveis séricos de sódio e potássio estejam dentro de uma estreita faixa de variação. Em geral esta regulagem é feita pelos rins e o DI pode afetar profundamente estes níveis.
Há várias formas de Diabetes
Insipidus:
DI Central causada pelo dano ao hipotálamo resultante de cirurgia, infecção, tumor ou acidentes vasculares encefálicos. É a condição mais comum.
DI Nefrogênico quando o rim está lesado. Esta é uma condição rara.
DI Dipsogênico é causado por um defeito no mecanismo da sede, por um defeito no hipotálamo. Este defeito aumenta a ingestão de água através de uma sede anormal.
DI Gestacional, que ocorre na gravidez.
Tratamento
A DI Central e a DI gestacional respondem ao uso de desmopressina. Na DI Dipsogênico e na DI nefrogênica a desmopressina não surte efeito. No entanto, o uso de diuréticos como a hidroclorotiazida pode melhorar a hiperalemia.
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